Irmãos de José Van Dunem respondem a réplica de Pepetela
27-11-2005 | Fonte: Semanário Angolense

João Van Dunem(1) e Francisca Van Dunem(2), consideraram o conjunto de afirmações no mínimo falaciosas. “Pepetela pretende que não participa na repressão quem ajuda a organizar a propaganda que a «legitima», para tanto escrutinando depoimentos obtidos através de métodos de todos conhecidos e seguramente incompatíveis com padrões mínimos de humanidade”.
Os irmãos Van Dunem concordam em absoluto com o rompimento do silêncio, manifestado pelo escritor, e alertam que “factos que pertencem à memória colectiva nacional e que constituem ainda factores de grande perturbação e instabilidade, é necessário termos absoluto cuidado. Importa, também, agirmos com coerência dignidade, seriedade intelectual e coragem política – o que certamente não faltará a Pepetela.”
Assim, convidam o escritor a responder se estava ou não “ao corrente da violência, da coacção, da tortura com «Nguelelo» e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes com que eram extraídos os depoimentos que afirma agora terem sido seleccionados por uma comissão que integrou? Sabe ou não o cidadão Artur Pestana, ou seja o escritor Pepetela, que os cidadãos cujos depoimentos escrutinou não tiveram direito a garantias mínimas de defesa, não foram presentes a qualquer tribunal e que a maior parte deles «desapareceu», para sempre, sem que as respectivas famílias tenham sequer tido a possibilidade de lhes dar um enterro digno?”.
“Meu caro, Pepetela, cada um de nós convive como pode com os demónios que nos atormentam. Ainda que o quiséssemos, não nos poderíamos escusar a conviver com os nossos. Mas, por favor, é preciso respeitar o sentimento das famílias daqueles que se matou ou ajudou a matar.”
João Van Dunem e Francisca Van Dunem, respondem assim a réplica de Pepetela, publicada na edição 139 do Semanário Angolense, onde o escritor nega ter participado em qualquer tipo de Tribunal na altura.
Esgotada a paciência e a confiança, Pepetela, recorde-se, manifestou ainda que esperou em silêncio que o MPLA “viesse a público defender, numa prova de lealdade, o bom-nome daqueles que o serviram desinteressadamente em todos os momentos”.
(1) Jornalista, residente em Londres
(2) Jurista, residente em Portugal
Leia na integra em www.semanarioangolense.com
Nota: Pela delicadeza inerente ao tema, pedimos antecipadamente que todas as reflexões aqui publicadas sejam feitas com o máximo de seriedade e respeito.
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