
O *400# é uma tecnologia interactiva que permite a qualquer cliente do Banco Millennium Atlântico, com número da operadora Unitel, aceder à sua conta sem gastar qualquer tipo de saldo, seja voz, smsou internet e por meio de qualquer tipo de telemóvel, seja ele digital ou analógico.
Sobre este assunto conversamos com Efigénia Tonha, Directora de Particulares e Negócios.
1- Qual o propósito da implementação deste serviço?
R: Este serviço tem vários propósitos:
Primeiro:Aumento da bancarização – Dar oportunidade aos Angolanos terem acesso ao banco, de forma simples, acessível e em qualquer lugar e hora
Segundo:Fomentar os pagamentos móveis em Angola – Através do código fixo para os comerciantes, o ATLANTICO está a promover um contexto seguro e rápido para realização de operações de pagamentos utilizando o telemóvel, não apenas o smartphone mas qualquer telemóvel analógico. A título de exemplo, o comerciante vai registar-se no USSD como comerciante autorizado e indicar a sua actividade (ex: padeiro, costureira, taxista entre outras), após o registo o cliente passa a ter acesso a um código fixo, por ex. *400*845792* valor pagar#. Imagine que a Ana vai comprar pão pelo valor de 150 kz, ela vai para a fila e para pagar faz a seguinte chamada: *400*845792*150#., O que acontece é que a conta da Ana é debitada e a conta da padaria é creditada de imediato, sendo que o comerciante é notificado com uma SMS a confirmar a entrada dos valores na sua conta.
Terceiro:Contribuir para um ambiente de negócios robusto – Pretende-se que os comerciantes e clientes usem cada vez mais as instituições financeiras para fomentar os seus negócios e dar possibilidade aos bancos de conhecer o perfil de risco e transacional dos clientes. Desta forma estaremos em condições de conceder micro- crédito e ajudar as famílias e negócios a crescer.
2 - Tratando-se de um acesso grátis, pode ser activado a partir do estrangeiro? É que boa parte das pessoas que vão a negócios no estrangeiro são as chamadas muambeiras, donas de pequenos negócios...
R: Sim. O serviço funciona a partir do estrangeiro, quer para o processo de adesão quer para a realização de operações. O cliente deverá ter consigo, apenas, o contacto telefónico associado ao serviço.
3 - O exclusivo com a Unitel decorre da companhia ter aceitado a parceria, ou por a maior parte dos vossos clientes serem também clientes da Unitel?
R: O exclusivo com a Unitel, nesta fase, dependeu sobretudo de dois factores:capilaridade da rede Unitel no território nacional e disponibilidade tecnológica. Naturalmente a maior parte dos nossos clientes usam números de telemóvel da rede Unitel, contudo já lançamos o desafio a rede Movicel. De ressaltar que este projectotem uma componente forte de inclusão financeira e universalidade e como tal, deve ser acessível para todos os Angolanos de Cabinda ao Cunene.
4 – Além da disponibilização do número e da adesão, há algum processo de instrução para que o cliente se sinta confortável com este serviço?
R: Existem vários processos de instrução. Ao aderir ao serviço o cliente tem disponível uma opção que é o Saiba Mais, que tem informação adicional sobre o canal, nomeadamente as funcionalidades, os limites e os termos e condições que espelham os requisitos de movimentação. Por outra temos disponível uma equipa de call center num período de 24/7 que ajuda o cliente com todas as suas dúvidas e dificuldades no processo de adesão. Para reforço, foram pensadas um conjunto de acções adicionais desdecomunicação nas redes sociais com posts e vídeos, marketing de influência local (promotores de venda), comunicação na tv e rádios, folhetos informativos e sessões de educação financeira nas localidades e municípios.
5 – Fale-nos um pouco das garantias de segurança
R: O serviço apenas pode estar associado a um único contacto telefónico, sendo que este contacto telefónico deverá estar associado apenas um nº de documento de identificação, ou seja, a uma única pessoa. Ou seja, nenhuma conta pode ser movimentada por mais de uma pessoa a não ser o titular da mesma. Por outro lado no acto de adesão o aderente deve criar um pin pessoal, secreto e seguro que será apenas do seu conhecimento. Dar nota que todo o processo de construção do serviço envolveu especialistas em cybersecurity, o que aumentou o conforto de segurança da plataforma.
6 – Como deve agir o cliente em caso de se esquecer do seu PIN?
R: É muito simples de resolver. O cliente pode, sozinho fazer através do próprio canal, escolhendo a opção 0 (Esqueci PIN) e seguindo as instruções que lhe são solicitadas. Pode também pedir apoio ao nosso contactcenter através do 923 168 168, para finalizarem o processo.
7 – Como tem sido a adesão a este serviço?
R: Tratando-se de um processo simples e rápido, demora no máximo 2 minutos para completar, as pessoas não têm tido dificuldades no acesso. De ressalvar a existência da linha de apoio, que está sempre disponível para ajudar. Neste momento o canal conta já com cerca de 145 mil aderentes.
8 - Há algum valor mínimo de adesão?
R: Não existe. O cliente adere sem qualquer custo de adesão. Apenas terá de aprovisionar a conta para movimentá-la e passar a usar o *400# para pagamentos, transferências, recargas entre outras operações.
9 – Existindo desde 2019, quantos clientes tem este serviço agregado e quanto de massa monetária já movimentou?
R: O serviço existe desde Novembro de 2019, começou como um piloto sem qualquer tipo de comunicação, apenas alguns smsmarketing e venda nas agências do ATLANTICO. Neste momento já aderiram cerca de 145 mil clientes e já foram transacionados cerca de 3.3 mil milhões de kwanzas.
10 – Qual é a principal diferença deste serviço com relação aos de MulticaixaExpress, por exemplo, ou Intenet Banking?
R: Presente no mercado desde Novembro de 2019, este canal pretende simplificar e melhorar a relação dos clientes com a entidade bancária. Permitindo ao seu usuário, executar todas as operações necessárias sem precisar de se deslocar à uma agência ATLANTICO.
A principal diferença é a capacidade de inclusão deste serviço. Trata-se de uma solução que pode ser usada através de qualquer tipo de telefone (analógico e digital), e sem necessidade de saldo de voz e saldo de dados. O *400# é universal, é acessível a todas as pessoas desde o jovem que vende o Picolé, zungueiras, taxistas, estudantes, gestores entre outros.
11 – Estão excluídos os clientes com rendimentos médios ou elevados?
R: Como referi anteriormente, trata-se de uma solução universal acessível para todos os estratos sociais e tem vários propósitos: Inclusão Financeira, Aceleração da Economia, Formalização da Economia Informal, Acesso ao microcrédito, Dinamização dos Pagamentos Móveis.
12 -O serviço permite a realização de cobranças? De que forma?
R: O canal USSD permite a realização de cobranças por duas vias:
1º - Gerar códigos de cobrança pontuais - A título de exemplo a mamã Zungueira está a andar com a sua bacia de banana e é abordada por um cliente. Para cobrar a mamã Zungueira marca no seu telemóvel *400#, escolhe a opção cobrar, indica o valor da venda e é gerado um código automático de cobrança ex: *400*894521#. A Zungueira mostra o código ao cliente, que faz chamar o código no seu telemóvel e automaticamente o pagamento acontece, debita a conta da cliente e credita a conta da Zungueira;
2ª – Código Fixo dos comerciantes – Comerciante disponibiliza o seu código fixo bem visível para os seus clientes, efectuaremos pagamentos. A título de exemplo a Maria que é costureira, regista-se no canal e recebe um código permanente que não altera (*400*845792* valor pagar#.). Os clientes sempre que precisarem de fazer o pagamento da prestação do serviço, devem marcar o código com a inclusão do montante a pagar e já está, operação efectuada com sucesso, de forma segura e rápida.
13-Num mercado como o nosso, ainda com grande circulação e exigência de papéis comprovativos, como o cliente faz prova do pagamento?
R: É simples. Nos dias de hoje todas as pessoas andam sempre em posse do seu telemóvel. E como tal, escolhemos como sendo a ferramenta ideal para o cliente receber a prova de pagamento. Trata-se de uma sms que é enviado pelo ATLANTICO onde fica espelhado o valor da operação, o beneficiário, o ordenador e a data. Tanto o ordenador e o beneficiário recebem a evidência.
14- Como promover estas soluções inclusivas para um público de certa forma “excluído” das novas tecnologias?
R: Aproveitando as potencialidades de todo ecossistema que gravita em torno do público-alvo. Em termos práticos, a tia Teresa que vive no Subantando passa a receber todos os meses a mesada que a filha envia a partir de Luanda, através de uma remessa de valor. Ou seja, a Tia Teresa recebe um código por smsno seu telefone de botão e vai a padaria do Sr. António levantar o seu dinheiro, bastando para o efeito apresentar o código.
15-As plataformas tecnológicas são inimigas ou aliadas da Banca?
R: Olhando para as necessidades do mercado e dos clientes, sem dúvidas as plataformas são um aliado à revolução que incontornavelmente está a acontecer na indústria financeira. O mundo tem estado a evoluir dia após dia e quem não acompanhar esta aceleração será ultrapassado. A Banca deve ter capacidade de se reajustar as mudanças e sobretudo estar cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. As plataformas tecnológicas passaram a fazer parte integrante dos negócios, da vida privada e a ditar as tendências do mercado. E como tal, a Banca tem de conseguir aproveitar esta oportunidade para estar mais próxima dos clientes, redesenhar a sua experiência, inovar as suas soluções, criar novos canais de interação e acima de tudo aumentar a sua utilidade por via das tecnologias.
16-Podemos dizer que, em Angola, a transformação para uma banca mais moderna está em implementação?
R: No desafio que a Banca enfrenta a experiência do Cliente é um ponto essencial, dada a relação directa que existe com o grau de fidelização desses mesmos clientes. Diria que Angola está em transformação para uma banca mais inclusiva, com impacto em todos os estratos sociais e ambiente de negócios.
Com esta solução os clientes podem ter acesso aos serviços em qualquer ponto, em qualquer momento e o nosso objectivo é sermos capazes de servir os clientes onde e quando eles querem ser servidos. Havendo mais pessoas a terem acesso ao banco, os níveis de literacia financeira aumentam, a capacidade de poupança aumenta, os pequenos investimentos começam a ser ponderados e melhor acompanhados e a economia começa naturalmente a responder positivamente a esta mudança de paradigma.
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