
Grace Mendes é a Karina Calei, personagem principal da novela "Mahinga" (feitiço) disponível no canal Kwenda Magic, posição 502, às 19h00. O enredo é sobre uma empresária nascida e criada no Dombe Grande, Benguela, que usa o feitiço para tudo. A actriz quer maior aposta na produção e consumo de teledramaturgia nacional.
De regresso às telas, com a estreia da mais recente obra de ficção nacional, interpretando a personagem Karina. Qual é a sensação?
A sensação é extremamente prazerosa! É mais um desafio que abracei com a certeza de concluir com sucesso, pois é isso que me move!
Como surgiu o convite para participar da novela "Mahinga", na personagem da Karina Calei?
O CEO da Diamond Films e o director marcaram um encontro para falar comigo: "temos aqui uma personagem que é a tua cara". Eu até disse que não sabia se era o momento certo, porque estava em Luanda com outras ideias, mas depois de ler a sinopse, percebi que só eu poderia fazer esta personagem (risos).
Mesmo sendo uma novela que vai abordar a mística?
Claro que sim. É um tema tão presente na nossa sociedade, mas que não é falado. Achei muito interessante porque, de certa forma, vamos poder desmistificar um pouco o assunto, o que é este mundo, obviamente numa versão de ficção, mas temos um lado cultural - que é verdadeiro - das raízes africanas, e estamos aqui a retratar. Mas estamos a fazer de uma forma muito séria, válida e, se calhar, depois de ver a novela vão pensar: não é assim tão sério quanto eu pensava.
Tem receio de ser julgada pela personagem da Karina?
A minha irmã também perguntou: mana, como achas que o público vai reagir? Eu disse: vai adorar a Karina. Primeiro porque temos uma tendência em nos identificarmos com o vilão. O vilão é como um escape para toda a gente. Identificamo-nos com ele mas não temos coragem de nos manifestar. A verdade é esta.
Como encara a novela "Mahinga"?
Este é o projecto, há um investimento gigante graças à DStv, MTN, Kwenda Magic, Diamond Films, vamos elevar a fasquia e tenho quase a certeza absoluta que África vai ouvir falar de nós. Há uma questão que se fala muito, que as novelas vêm e vão, mas um dos grandes culpados disto estar a acontecer é que os canais angolanos não apostam, nem compram as novelas nacionais. E se não as compram, como é que vamos trabalhar?
Acredita em Mahinga?
Eu respeito tudo, porque é uma crença, uma fé. Da mesma forma que há pessoas que vão à missa tradicional ficar na presença de Deus e Jesus, há pessoas que o seu Deus é outro.
Poderá existir uma mahinga boa?
Sem dúvida. Por exemplo, no Brasil há a "Iemanja", que não é uma santa da igreja. É uma santa, digamos, do mundo oculto. Quase todos os brasileiros acreditam nela e o sacrifício que fazem por ela é fazer as oferendas de comida, velas e flores que colocam no mar. Então, para mim, religião é religião.
O que a Grace e a Karina têm em comum e de diferente?
Em comum temos a determinação, a conquista pelo poder, foco. De diferente é que a Karina não olha para os meios de atingir os fins, não ama ninguém, é alguém muito sozinha.
Como foi a preparação para chegar até à Karina?
Não fiz muita pesquisa, muito laboratório. Li e criei a personagem. A forma de andar, o olhar, a hipocrisia, os gestos com as mãos. É completamente diferente da performance da Grace Mendes. Fiz este trabalho sozinha. Como faço este trabalho há alguns anos, sei muito bem o caminho que devo tomar. Foi como projectar-me, e eu acredito muito na lei da atracção.
Como assim?
Temos que pensar naquilo que queremos para podermos ter. Eu fiz exactamente isto. Comecei a projectar esta personagem como se eu estivesse de fora a avaliar, e aí consegui limar todas as arestas. Quando comecei a filmar nunca me pediram para mudar nada. Não houve, e podia haver, porque seria o lógico, mas encaixei perfeitamente, não só na minha óptica, mas também na dos meus colegas. A Diamond Films emprega 300 funcionários. A novela "O Rio" é gravada mesmo ao lado de nós e a opinião é unânime. Isto é maravilhoso.
O que mais a impressionou nas cenas gravadas até à data?
O que mais me impressionou foi uma cena que fizemos de um ritual. Pedi às minhas filhas - é assim que chamo as meninas ao meu comando - para trazerem uma virgem. É uma cena em que mato a virgem. Há um ambiente de ritual. Fiz aquilo com tanta mestria, parecia que já tinha feito aquilo umas dez vezes. Mas não posso abrir o "pano" da novela.
Como é ser a proprietária de um clube privado onde acontece de tudo?
É uma sensação de poder, porque a casa está sempre cheia, a Karina está ali no meio dos clientes especiais, porque ela recebe muito pessoal da nata luandense e mesmo angolana. Ela é anfitriã, mas de repente já está no escritório e depois na casa oculta. A Karina tem várias faces, mas o Super Clube Privado Mahinga é o centro das atenções, é um local onde o poder reina.
Regressou a Luanda com outros objectivos e chegou a novela...
Foi muito interessante. Faz um ano desde que cheguei a Luanda numa perspectiva de ficar cá a viver, porque as minhas vindas foram sempre transitórias. E vim com muita vontade de enveredar para o meu lado empresarial.
Como é adiar o objectivo que a trouxe de volta a Angola?
Não adiei, na verdade aliei (risos).
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