
O ritmo do aumento mensal do custo de vida em Angola acelerou de 0,83% em Janeiro para 0,86% em Fevereiro, depois da desaceleração registada no início deste ano, enquanto a taxa de inflação homóloga se fixou em mínimos dos últimos oito anos, indicam os dados do relatório sobre o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), divulgado esta semana.
A inflação mensal, o indicador que mede a variação de preços entre dois meses consecutivos, aumentou assim o,3 pontos percentuais em Fevereiro, influenciado pelos preços dos bens e serviços. Quanto à inflação homóloga, é preciso recuar a Agosto de 2015 para encontrar um valor mais baixo que os 11,5% registados no mês passado, o que que representa uma desaceleração de 15,74 pontos percentuais.
A queda dos preços em termos anuais está numa trajectória de descida há 13 meses consecutivos e enquanto ainda só passaram dois meses está já muito próxima da previsão do Governo e do Banco Nacional de Angola (BNA), que apontam para uma taxa de inflação próxima dos 11% até final do ano. Para já é uma boa notícia para os indicadores macroeconómicos do país, mas a realidade do custo de vida em Angola ainda contrasta com os números do INE, segundo especialistas.
A juntar à trajectória positiva de desaceleração da subida dos preços, está a estabilidade da taxa de câmbio, verificada nos últimos cinco meses. Entende-se assim, de acordo com os especialistas, que combinados estes factores estão reunidas as condições para que o Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, que se reunirá a 20 de Março, volte a reduzir a taxa BNA, ou dar indicações de futuros desapertos da política monetária.
A queda da taxa de referência pode ser o caminho para estimular o investimento, beneficiando de taxas de juros mais baixas. Ainda assim, face à instabilidade a nível mundial, especialistas do sector admitem que o BNA também poderá manter-se mais cauteloso, até para evitar futuros ajustamentos, diga-se subida da taxa de juro directora, com as consequências que isso acarreta: quebra do consumo, prejudicando a recuperação económica.
Especialistas acreditam que a subida da inflação mensal no mês passado em Angola é justificada com o habitual aumento da procura por bens e serviços, depois do "apertar do cinto" após a quadra festiva em Janeiro. Isto, num país onde as famílias gastam quase 60% dos seus rendimentos em alimentação. Entretanto, o custo de vida foi agravado também, segundo o INE, pelo aumento dos custos com a saúde e vestuário. A classe "Alimentação e bebidas não alcoólicas" foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços com 0,46 p.p. durante o mês de Fevereiro, seguida das classes: "Bens e serviços diversos" com 0,1 p.p, "Vestuário e calçado" e "Saúde" com 0,07 p.p. cada.
As restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,07 pontos. Em termos mensais, os preços aumentaram 0,86% em Fevereiro face a Janeiro, com a classe "Saúde" a ser a que registou o maior aumento de preços, com uma variação de 1,88%. Destacam-se ainda os aumentos dos preços verificados nas classes: "Vestuário e Calçado" com 1,86%, "Bens e serviços diversos" com 1,41% e "Hotéis, Cafés e Restaurantes" com 1,33%. As classes com menores variações do IPCN foram: Educação com 0% de aumento de preços, a mesma percentagem que Comunicações, Transportes, Habitação, e alimentação e bebidas não alcoólicas.
A nível provincial, Bengo com 0,6 %, Lunda Sul 0,7%, e Cuando Cubango 0,7%, foram as províncias que registaram menor variação nos preços. Já no extremo oposto, as províncias que registaram maior variação nos preços foram: Zaire 1,1%, Namibe com 1,0% e Cunene com 1,0%.
- CPLP: Ministros colocam "questões...
- PR autoriza contratação para...
- Dívida de mais de 350 milhões Kz à...
- Macon aposta no serviço de televisão...
- Dez detidos por tentarem furtar navio...
- Aeroporto Internacional Dr. António...
- TAAG oferece voucher ao passageiros do...
- Produção industrial em Angola...
- Meta de Imposto Predial sobe 30% para...
- Azule e Equinor passam Somoil a pente...