“Em cinco ou dez segundos o avião da TAAG esteve em queda mas depois conseguiu estabilizar”
27-03-2023 | Fonte: Economia e Mercado

“Foi uma terrível turbulência, se a aeronave não estivesse em condições jamais aguentaria o embate”, conta, Adão Paulo Lino, de 35 anos, angolano, que esteve a bordo do DT 652 da TAAG.


Acompanhado da esposa, o economista residente em Luanda disse ter visto a vida pelo ‘furo de uma agulha’ quando a aeronave em que seguia entrou numa zona de "turbulência severa" como classificou a companhia de bandeira angolana (TAAG) num comunicado.

No documento, a empresa informa que no final a continuidade do voo foi assegurada e foram colocados em prática todos os pressupostos aplicáveis de segurança operacional.


O que aconteceu no voo. Quanto tempo durou a turbulência?


Cinco a dez segundo. A aeronave esteve em queda livre, mas depois estabilizou. A turbulência provocou danos ao aparelho. Acredito que já havia problemas técnicos porque instantes depois da decolagem  o cinto de segurança esteva ligado. Inclusive, as casas de banhos estavam encerradas, se calhar para evitar que os passageiros sofressem quaisquer danos. Passados uma ou duas horas, as necessidades humanas falaram mais alto e abriu-se excepções, inicialmente  para crianças e depois adultos.


Que informação receberam do comandante?


Disseram que nunca passaram por situação idêntica, após muito tempo de viagem. Felizmente, eu e a minha esposa estamos bem porque no momento da turbulência tínhamos cinto segurança. Não fomos atingidos por utensílios e nem bagagens.


Houve ferimentos?


Houve sim feridos, mas não consigo dizer quantos. Tomei conhecimento por um comunicado da TAAG sobre o número porque durante a viagem tínhamos de permanecer sentados. Apenas o pessoal de bordo tinha esta informação. Fala-se em dez feridos. Posso confirmar que houve alguns feridos graves. Tão logo recebemos autorização para desembarcar, as primeiras pessoas que começaram a deixar o avião foram os feridos. Destas pessoas, uma pareceu-me grave, tinha ferimentos na cabeça em resultado do embate na zona de acondicionamento de bagagens. Acredito que parece estava sem cinto de segurança.


Acredita que foi de facto uma situação causada por turbulência?


Sim. Se a aeronave não estivesse em condições jamais aguentaria o embate. Parecia que a aeronave embateu contra uma parede invisível. Foi a segunda vez que viajei pela TAAG desde que a nova gestão assumiu a empresa. Porém, pude perceber que a prestadora (Hi Fly) segue um percurso diferente daquilo que era habitual, em relação a rota Luanda-Lisboa e vice-versa. Isto é evidente na aterragem. Ou seja, para aterrar em Lisboa passámos por cima de Espanha, o que não acontecia. Antes passávamos por Marrocos, atravessávamos  o mar e curvávamos à directa para aterrar. A tripulação tem usado uma rota diferente da habitual. Já voei por várias ocasiões na rota Luanda-Lisboa e Lisboa-Luanda, a maior parte destas viagens foram durante a gestão anterior e voávamos com as aeronaves do tipo Boeing 777 300. As actuais parecem que são da Air Bus. 

 
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